Cientistas vão ao governo por 'Internet das coisas' no Brasil
Cientistas vão ao governo por 'Internet das coisas' no Brasil
:: Ana Paula Lobo ::Convergência Digital:: 10/10/2011 É mais do que hora de o Brasil pensar em Internet das coisas, também conhecida como comunicação obíqua, como estratégica para o desenvolvimento de novas aplicações. Entre as áreas que podem ser beneficiadas diretamente estão agricultura, saúde, educação, sustenta o professor José Amazonas, da Universidade de São Paulo.
Segundo ele, países como Coreia do Sul, Japão, China e a própria União Europeia já priorizam aportes para o desenvolvimento de aplicações voltadas para o conceito, que, admite Amazonas, sofreu um grave arranhão nos Estados Unidos, com o insucesso dos estudos, conduzidos pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, Estados Unidos. Um dos suportes para o novo momento é a evolução do uso do RFID, tecnologia que pode identificar à distância o objeto conectado.
"Temos grandes possibilidades de desenvolver aplicações para agricultura, para hospitais, todas apostando na ideia de Internet das coisas para aprimorar os serviços", destaca o professor José Amazonas, em entrevista ao Convergência Digital.
Ele admite que, hoje, há um certo preconceito com relação ao conceito Internet das Coisas- especialmente porque, nos Estados Unidos, o tema não foi tratado como deveria e aconteceu um descrédito. "Mas na União Europeia, Japão e Coreia do Sul, as universidades trabalham pesado e já há soluções inovadoras em uso. Agora é preciso encontrar a padronização", salienta o professor da USP.
Lembrando ainda que Internet das coisas também é tratada como comunicação obíqua. "Na verdade, o que precisamos é simplificar o conceito para mostrar que termos os processos interconectados é questão estratégica para os países e mais ainda aqui no Brasil", observa José Amazonas. E para isso, acadêmicos se articulam para entregar, até o final deste ano, ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação e ao Ministério do Desenvolvimento. Ideia é solicitar que o conceito ganhe prioridade no aporte de recursos voltados ao fomento de P&D.
Mas aqui há uma questão a ser resolvida. Para o Professor Amazonas, da USP, a pulverização dos recursos para pesquisas voltadas para a Internet é um equívoco que precisa ser contornado. "Não adianta distribuir os recursos, que existem, por vários projetos. O ideal, nesse caso, é centralizar, onde houver as melhores propostas para que o país possa de fato avançar", salienta, referindo-se ao modelo, hoje, adotado pela Finep, agência de fomento do MCTI.
Outro ponto crítico para o uso da Internet das Coisas no país é a infraestrutura de Telecom. "Melhoramos muito, mas ainda há muito por fazer nessa área. E a ideia de integração, de conectividade passa pela rede de serviços de telecom", sustenta.
O tema Internet das coisas estará presente no 2º Congresso Brasileiro de RFID, que acontecerá entre os dias 18 e 21 de outubro, no resort Super Club Breezes, que fica na cidade de Búzios, Rio de Janeiro. O evento também discutirá como o RFID já contribui para esse novo mundo, em que objetos ganham conectividade e passam a assumir novas funções dentro da empresa, da casa ou em locais públicos.
Segundo o Gartner, a estimativa de crescimento da tecnologia RFID superaram a casa dos US$ 3 bilhões no mundo. Esse aumento não é puxado somente em negócios como logística, mas também em diversas aplicações em outros setores, a exemplo de saúde, alimentos, indústria de manufatura, entretenimento, transportes, varejo, agronegócio, petróleo e gás e assuntos relacionados a inovação. Para mais detalhes sobre o congresso, acesse: http://www.congressorfid.com.br/
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