sábado, 25 de fevereiro de 2012

A internet das coisas vem aí (por Ethevaldo Siqueira)

A internet das coisas vem aí


20 de fevereiro de 2012 | 8h21

Ethevaldo Siqueira

Você já ouviu falar do novo protocolo da internet, o IPv6 ou IP versão 6. Como todos sabem, o mundo está arquivando o protocolo IPv4, porque o número de endereços da internet que ele possibilitava está praticamente esgotado. Por isso, todos os endereços existentes vão sendo substituídos progressivamente pela versão mais moderna e poderosa, que é o protocolo Ou IPv6.
Embora muita gente possa supor que essa informação não interessa à maioria dos usuários da internet, desde os mais simples até os mais sofisticados, os especialistas acham que ela, realmente, interessa. O protocolo anterior IPv4 só permitia ao mundo dispor de pouco mais de 4 bilhões de endereços. Esse número já foi praticamente esgotado há quase um ano.
Mas qual, então, o número máximo de endereços da internet com o novo protocolo? Não é fácil dizer qual é esse número, porque ele é tão grande que a gente tem dificuldade em lhe dar um nome. Para melhor representá-lo, temos que usar a chamada notação científica, escrevendo-o abreviadamente assim: 3,4 x 1038. É claro que, com um pouco mais de paciência, será possível representá-lo de outra maneira, escrevendo o número 340 seguido de 36 zeros. De forma simplificada, a internet do futuro poderá ter um número de endereços 16 bilhões de vezes maior do que a população da Terra hoje.
Resumindo as vantagens dessa nova internet com o protocolo IPv6, podemos dizer que, em primeiro lugar, o novo protocolo resolverá definitivamente o problema do número de endereços da internet. Em segundo lugar, vai tornar muito mais difícil a tarefa dos fraudadores e dos hackers. Em terceiro, vai trazer mais segurança e qualidade dos serviços. E, em quarto e, talvez, o mais importante benefício, o IPv6 vai permitir o nascimento da internet das coisas, na qual cada objeto deste mundo poderá ter seu endereço próprio, exclusivo, na internet.
Tudo terá endereço
Com essa abundância ilimitada de números IP, nós poderemos dar a cada objeto ou coisa um endereço e localizá-los no mundo. Isso será muito útil para o controle de estoques e almoxarifados de indústrias, em que centenas de milhões de itens precisam ser controlados. Além do endereço, cada um deles terá um sensor, para ser localizado, contabilizado, classificado, vendido, comprado ou simplesmente eliminado de nossos registros pela internet das coisas.
E melhor do que tudo: nós poderemos usar essa internet das coisas em nossas casas. No refrigerador ou freezer, todos os produtos terão seus sensores e um endereço. A própria geladeira controlará a quantidade de cada produto – leite, manteiga, frutas, água mineral, cerveja – e pedirá automaticamente pela internet ao supermercado a reposição de cada um deles.
Quem tem uma biblioteca com milhares de livros poderá classificá-los e localizá-los pela internet das coisas. Cada livro terá um microchip ou sensor, com seu endereço dentro do novo universo de endereços do IPv6.
Na realidade, poderemos usar a internet das coisas em quase tudo. Em âmbito doméstico, ela será muito útil para controlar todos os nossos bens pessoais, como roupas, CDs, DVDs, fotos, vídeos, aplicativos, conteúdos digitais de qualquer natureza.
Nas empresas, tudo poderá ficar mais fácil e mais organizado. As cartas, encomendas e objetos enviados pelo correio poderão ser rastreadas pelo próprio remetente ou destinatário.
Uma ideia do MIT
A ideia da internet das coisas surgiu no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, e ganhou logo o nome de Internet das Coisas (Internet of Things ou IoT), partindo de um objetivo bem simples: criar um sistema global de registro de bens, utilizando um código de produto eletrônico, como sistema de numeração.
Em poucos anos, creiam, viveremos melhor com essa nova internet.

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